Na Idade Média havia um gênero de discurso, o Bestiário, que nasceu ali pelo século XII e deixou de ser utilizado como instrumento de comunicação escrita no século XV.

Os Bestiários descreviam seres imaginários, muitas vezes uma mistura de humanos e animais, que indicavam criaturas que perturbavam  não só a mente dos viventes, em pesadelos, mas que podiam tornar-se concretos ao serem invocados por meio de feitiçarias.

O propósito dessas publicações era disciplinar moral e religiosamente as pessoas que praticavam sortilégios por herança cultural da Idade Antiga. Livros manuscritos e ricamente ilustrados, os Bestiários, hoje, são uma relíquia digna de estudo, importantes para que se compreenda modos de viver e de pensar que até hoje ecoam em diferentes práticas culturais.

Segundo a medievalista Angélica Varandas, do Instituto de Estudos Medievais/FCSH-UNL, Portugal, estudiosa do assunto, “O Bestiário organiza-se em torno de pequenas narrativas que descrevem várias espécies animais, com propósitos morais e didácticos. Neste sentido, cada uma dessas narrativas é composta por duas partes distintas: uma parte descritiva de sentido literal (a descrição, proprietas ou naturas) e a sua moralização e interpretação teológica de sentido simbólico-alegórico (também designada como moralização,moralitas ou figuras).”

Saiba mais sobre o assunto lendo o artigo da pesquisadora, A Idade Média e o Bestiário.

Veja ilustrações de Bestiários para saber como esses seres  fantásticos eram imaginados.

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4 comentários em “Gêneros discursivos “nascem”, transformam-se e podem “morrer”. Veja o caso do Bestiário

      1. Cometi um equívoco amoroso. O autor de O Bestiário é o Cortazar, Borges escreveu “O livro dos seres imaginários”. Tem erros que até valem à pena…

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